terça-feira, 24 de janeiro de 2012
segunda-feira, 16 de janeiro de 2012
"Meu filho não quer comer”
“Meu filho não quer
comer” esta é uma queixa escutada freqüentemente por pediatras,
psicólogos e que acaba chegando também aos nossos consultórios
(psicólogos e psicanalistas). Em muitas das vezes , essa queixa
constitui o questionamento principal da consulta
ou destaca-se vivamente durante o interrogatório das condições
habituais de vida.
Estatísticas mostram que
10 a 25 % das crianças têm algum transtorno alimentar. As crianças
podem apresentar uma gama mais ampla e variada de alterações do
comportamento alimentar , que ocorrem em um continuum, desde o
nascimento até a puberdade podendo refletir situações passageiras ou
problemas mais graves, com prejuízo do desenvolvimento .
A alimentação e todos os
comportamentos relacionados a ela tem um papel fundamental no
desenvolvimento infantil.O repertório cognitivo infantil é limitado,
e, por isso o comportamento alimentar não tem apenas a função de
garantir o aporte calórico necessário ao crescimento ; é também uma
das vias preferênciais de expressão das experiências subjetivas das
crianças.
Nos primeiros meses de
vida através do sono e da alimentação, os ritmos biológicos da
criança serão regularizados. O bebê tem no ato de mamar uma de suas
principais atividades . Pelo ato de sugar e ingerir o leite, de
expressar desconforto porque está com fome e satisfação quando mama,
que se dão suas experiências iniciais no mundo externo e a formação
dos primeiros vínculos afetivos na relação mãe/bebê.
Com o passar do tempo,
ocorre uma desaceleração da velocidade do crescimento, cuja
conseqüência é uma diminuição expressiva do apetite.
Já nos anos pré-
escolares, a criança se volta para o reconhecimento da própria
individualidade, a separação da mãe se acentua , e a criança passa a
exercitar a recém adquirida autonomia. A alimentação passa a ser
vivenciada nesse contexto, e é muitas vezes, utilizada para separar
sua vontade da do adulto e para tentar controlar o ambiente e fazer
pequenos testes de independência. É nesta fase que se desenvolve os
quadros de recusa alimentar ou inapetência na infância.
Na fase escolar, com o
estabelecimento do sentimento de identidade, a criança é capaz de
pensamento operacional concreto e raciocínio lógico. Seus horizontes
são ampliados e seu universo escolar adquire maior importância ,
voltando-se para a criação , produção e aprendizagem. Seu grupo
social passa a ser uma referência importante , à qual a criança se
compara continuamente.
A recusa alimentar na
primeira infância é um quadro que mobiliza muita angústia,
sentimento de frustração e sensação de
impotência dos pais.
|
O que caracteriza essa recusa de alimentos?
·
Desinteresse pela comida
e falta de prazer
·
Preferência por um número
pequenos de alimentos
·
Alimentos sempre do mesmo
tipo ou consistência
·
Tendência a ritualizar
à refeição
·
Inapetência entre 14
meses e 5 anos
Causas prováveis:
·
Nascimento do irmão
·
Ingresso em creche ou
escola
·
Separação da figura
materna ( retorno ao trabalho)
·
Morte de um parente
próximo
Ao persistir a recusa alimentar e passar a
prejudicar o desenvolvimento físico e emocional da criança, deve-se
ficar atento porque é uma indicação de que algum
mal ambiental ou de relacionamento está afetando
a criança. Se as possibilidades de enfermidades orgânicas forem
descartadas a criança deve ser encaminhada para avaliação
psicológica.
A seletividade alimentar é a expressão utilizada para caracterizar
crianças que comem somente uma gama muito estrita de alimentos e
resistem intensamente a qualquer tentaiva de fazê-los aumentar seu
repertório alimentar.
Essas crianças escolhem uma dieta de carboidratos com pães, pizzas e
batatas fritas. Também apresentam particularidades sobre as marcas e
formas que são preparados . É preocupante quando essa dieta envolve
grande números de alimentos. Essas crianças não apresentam retardos
de crescimento e peso baixo.
Tanto a recusa quanto a seletividade podem estar ligados a sintomas
fóbicos relacionados a determinados tipos de
alimentos. Pode ser a única manifestação de protesto e oposição
frente aos pais . Conflitos familiares na hora da alimentação também
pode interfirir.
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