domingo, 24 de abril de 2016

XI Encontro Brasileiro sobre o pensamento de D. W. Winnicott

Psicanálise e Arte: por um viver mais criativo.

A arte e os artistas sempre instigaram e inspiraram Freud e, no decorrer da história da psicanálise, muitos outros autores se dedicaram a mergulhar nas profundezas da criação artística. Donald Winnicott concedeu, especialmente, à música e à poesia, um lugar de destaque em sua vida, porém, não foi um curioso do processo artístico. Ele sentia que o "lugar" que a arte ocupava, não poderia ser compartilhado com seus interesses de estudos; os quais foram sempre dirigidos à qualificação objetiva das psicoterapias. Sua ênfase estava na "criatividade primária", relativa a um potencial inato ao amadurecimento e uma capacidade de experenciar a vida e, em situações adversas, a interrupção desta capacidade. Para o autor britânico, o viver, em si, é terapêutico e promove uma séria de novas oportunidades, entre elas, a arte. Ele a reconhece como um dos grandes presentes que nos são oferecidos que devem ser "usados", não investigados. A psicanálise, esta descoberta inventiva de Freud, surgiu como uma grande aliada ao viver e à arte, como mais um recurso para que "a vida seja digna de ser vivida". Freud e Winnicott mantiveram com a arte aproximações distintas. Porém, ambos lhe deram grande valor e, cada um, há seu tempo e com suas próprias palavras, reconheceu que tudo o que se diz em psicanálise, já foi dito, de alguma forma, por algum poeta... O XI Encontro Brasileiro pede uma "licença poética" a Winnicott e propõe uma aventura além do setting analítico e do "viver criativo", por caminhos que nos aproximem também da arte e dos artistas. Façamos como José Outeiral, que, com seu "olhar de espelho d'água", visitiu Salvador Dali, A Bela Adormecida, Alice no País das Maravilhas, Frida Kahlo, Camille Claudel, Coco Chanel, Lygia Clark, Jean-Michel Basquiat, Francis Bacon, Iberê Camargo, entre outros. O tema escolhido tem o sentido de um gesto espontâneo, um tanto original, um tanto atrevido, um tanto tradicional, inegavelmente, inspirado em Freud, Winnicott e José Outeiral.

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